O padre Julio Lancellotti revelou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, telefonou para ele e prestou “solidariedade e apoio”, após o nome do religioso ser apontado como alvo de um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de São Paulo.
A declaração foi feita à CNN Brasil, nesta sexta-feira (5). “Ontem à noite, o ministro Alexandre de Moraes me ligou, eu fiquei muito sensibilizado com essa ligação. Eu conheço o ministro Alexandre de Moraes há mais de 30 anos […] Ele disse que está juntando todas as informações e, para isso também, ia conversar com o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, que manifestava apoio e solidariedade e, naquilo que fosse necessário, que nós o acionássemos”, disse.
Ainda de acordo com o padre, o objetivo da conversa de Moraes com o presidente da Casa, vereador Milton Leite (União), é “entender como é que está funcionando” o processo de instalação da CPI.
A proposta da CPI é do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). Ele pretende investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na região da Cracolândia, no centro de São Paulo.
O padre Julio atua como coordenador na Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, uma organização de amparo às pessoas em situação de rua, além de ser pároco na Paróquia São Miguel Arcanjo. Em 2023, ele virou nome da lei que proíbe a aporofobia (medo e rejeição aos pobres) por meio da arquitetura hostil.