Na Síria, a queda do regime de Bashar al-Assad, há uma semana, gera um clima de comemoração, mas também de incerteza entre a população – principalmente para as minorias.
Muitos moradores saem às ruas para celebrar o fim de um governo autoritário de décadas, ao mesmo tempo em que há temor sobre a instabilidade política no país e o que pode acontecer sob a nova liderança.
A CNN Brasil obteve informações sobre o cenário na capital Damasco.
Jolani, líder do HTS, o grupo que lidera a coalização que depôs o regime de Bashar al-Assad, convidou a todos os sírios para participar de uma reza e depois de uma manifestação. A reza foi realizada na mesquita Ommeyade, que ficou tomada por milhares de pessoas, e as celebrações na praça Ommeyade, que contou inclusive com a presença de drusos, minoria na Síria.
Mesmo em meio a comemorações, os sírios também expressaram preocupação com o futuro e questões políticas do país.
Muitos manifestantes seguravam placas com o número 2254, fazendo referência à Resolução adotada pelo Conselho de Segurança da ONU em 2015, que determinou a proteção dos direitos de todos na Síria, e que a política síria seja um reflexo das aspirações legítimas do povo sírio.
Do outro lado da cidade, na mesquita Sayyidah Zaynab, lugar sagrado para a minoria xiita do país, percebe-se um clima mais apreensivo.
A minoria xiita é marginalizada no Oriente Médio, já tendo sigo perseguidas por muitos regimes, inclusive o antigo regime iraquiano de Saddam Hussein.
Com a presença de grupos extremistas sunitas como o Estado Islâmico misturados aos grupos no poder, a preocupação das minorias como os xiitas cresce.
Simultaneamente, o grupo HTS começa a organizar as instituições do novo governo interino.