O Uruguai se tornou o primeiro país da América Latina a legalizar a eutanásia por meio de decisão parlamentar. O Senado aprovou, nesta quarta-feira (15), por maioria expressiva, a chamada “Lei da Morte Digna”, que permite o procedimento em casos específicos, como doenças terminais ou sofrimento físico intolerável.
A nova legislação estabelece critérios: a pessoa deve ser maior de idade, residente no país, estar consciente para decidir e apresentar pedido formal. A solicitação precisa passar por avaliações médicas e garantias legais antes da autorização.
A votação durou mais de dez horas e contou com discursos emocionados, incluindo o de Beatriz Gelós, paciente com esclerose lateral amiotrófica (ELA). O debate foi intenso, mas respeitoso. O Colégio Médico participou da elaboração do texto, embora sem manifestar posição pública.
A medida reforça o perfil progressista do Uruguai, que já havia aprovado leis sobre aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo e legalização da maconha. Enquanto o governo e defensores a consideram um avanço dos direitos individuais, a Igreja Católica e grupos civis criticam a decisão como “perigosa”.