O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está em uma disputa judicial com o ex-amigo e ex-sócio Alexandre Ferreira Dias Santini. Os dois eram donos de uma loja de chocolate da Kopenhagen no shopping Via Parque, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, que foi motivo de um dos maiores escândalos envolvendo a família nos anos em que Bolsonaro estava na presidência.
A loja, segundo o Ministério Público do Rio, foi aberta para lavar dinheiro. Para os promotores, Santini era uma espécie de laranja de luxo no esquema das “rachadinhas”.
Alexandre atualmente vive em Brasília e está movendo um processo contra Flávio exigindo a devolução do dinheiro que, segundo ele, teria sido lucro da loja, mas que o ex-sócio embolsou indevidamente, mesmo a sociedade sendo meio a meio.
Desde o primeiro turno das eleições do ano passado, a amizade dos dois foi desfeita e Santini tem feito críticas a Flávio Bolsonaro através das redes sociais. “Não adianta tentar escapar, tudo é questão de tempo, pois provas não faltam para seus inúmeros ‘crimes na política’ que vão te levar para a PRISÃO”, escreveu ele, mas sem citar o senador.
Em um documento obtido pelo Metrópoles, Alexandre afirma que ficou no prejuízo ao abrir a Bolsotini Chocolates e Café Ltda, razão social da loja dos dois. Segundo ele, o investimento inicial foi de R$ 1 milhão, sendo que ele colocou R$ 450 mil do próprio bolso, Flávio deu, em dinheiro vivo, R$ 200 mil, e a esposa do senador, Fernanda Bolsonaro, R$ 350 mil.
Ele também alega que Flávio sempre ficou com a maioria dos lucros: R$ 1,7 milhão para o senador e R$ 644 mil para Santini.
Além disso, o ex-sócio afirma que sempre pagava as contas da Bolsotini, mas não era reembolsado e que, quando a loja foi vendida, ele ficou com R$ 529 mil, enquanto Flávio embolsou R$ 875 mil.
Agora, por todos os baques que ele diz ter tomado, Alexandre cobra do senador a quantia de R$ 1.473.344,46.
A primeira investida judicial feita por Santini não foi respondida por Flávio, então no dia 1º de novembro, ele protocolou na Justiça de Brasília uma reclamação pré-processual com os mesmos argumentos e apresentando os mesmos valores.
Em meio à briga, Alexandre Santini afirma que tudo que está cobrando de Flávio é apenas para reaver seus direitos na antiga sociedade e que não sabe nada ilegal sobre o ex-sócio.
“Nunca soube de onde vem o dinheiro em espécie. Meu negócio com o Flávio era apenas a loja. Nunca participei de nada do que ele participa, nem sei se ele participou, disse em entrevista ao Metrópoles.
Flávio Bolsonaro comentou a disputa. “Ele tem mandado recados esquisitos para mim. Já me pediu dinheiro e eu não dei. Não quero dar linha para maluco. É um ex-sócio e ex-amigo”, afirmou.