A Banda Didá celebrou, neste sábado (13), seus 32 anos de trajetória com um dia inteiro de atividades no Pelourinho, território onde o grupo foi criado em 1993 pelo mestre Neguinho do Samba. A programação reuniu alunas, integrantes, comunidade e público em geral em uma celebração marcada por formação, música, ancestralidade e ocupação do espaço público.
As atividades tiveram início pela manhã, com ações voltadas às alunas da Didá, reforçando o caráter educativo do projeto. À tarde, a programação foi aberta ao público, com apresentação da Banda Didá, participação do Projeto Sôdomô, além do tradicional caruru e do parabéns coletivo.
Criada por Neguinho do Samba como a primeira banda afro-percussiva feminina do Brasil, a Didá nasceu com o propósito de garantir espaço e protagonismo para mulheres na percussão, área historicamente ocupada por homens nos blocos afro e bandas percussivas de Salvador. Ao longo de mais de três décadas, o projeto se consolidou também como associação cultural, com atuação contínua na formação e valorização da identidade negra.
Atualmente, a direção da Banda Didá é conduzida por Débora Souza e Andréa Souza, filhas de Neguinho do Samba, assegurando a continuidade direta do legado do criador do samba-reggae. A condução musical da banda está sob responsabilidade das maestrinas Adriana Portela e Ivone de Jesus, enquanto os vocais são assinados por Jaciara Viana e Madá Gomes.
Celebrar os 32 anos da Didá no Pelourinho, com as alunas, a comunidade e o público, reforça o sentido do projeto: formação, pertencimento e continuidade. A Didá segue viva porque é construída coletivamente por mulheres”, afirma Adriana Portela, maestrina da Banda Didá.
A celebração também reafirmou a ligação histórica da Didá com o Pelourinho e com a cultura negra de Salvador, em uma programação que ocupou o espaço público com música, encontro e memória.
O refrão que embala o atual Carnaval da banda sintetizou o espírito do dia: “A Didá é mulher preta, livre, forte, pele bela.”
