A controladora chinesa do aplicativo TikTok, ByteDance, disse na quinta-feira (25) que não tem planos de vender a plataforma de mídia social, sua primeira resposta oficial sobre a delicada questão desde que o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou um projeto de lei que poderia levar à proibição nacional do aplicativo.
“Os relatos da mídia estrangeira de que a ByteDance está explorando a venda do TikTok são falsos”, disse a empresa com sede em Pequim em um comunicado sobre o Toutiao, um aplicativo de agregação de notícias de sua propriedade e popular na China continental.
“A ByteDance não tem nenhum plano de vender o TikTok”, disse.
A declaração foi uma resposta direta a um artigo do Information na quinta-feira, que dizia que a Bytedance estava explorando cenários para vender os negócios do TikTok nos EUA sem o algoritmo que recomenda vídeos aos usuários do aplicativo.
No comunicado, a Bytedance anexou capturas de tela do relatório da Information, que citava três pessoas com conhecimento das deliberações.
Até agora, a ByteDance, com sede em Pequim, empresa-mãe do TikTok e de uma série de outros aplicativos, permaneceu calada sobre a legislação desta semana nos EUA que pressionava por uma venda forçada.
As autoridades chinesas também foram silenciadas desde que o projeto de lei foi sancionado, apesar de Pequim ter deixado claro anteriormente que se oporia a qualquer medida desse tipo.
O Congresso aprovou o projeto de lei esta semana como parte de um amplo pacote de ajuda externa para apoiar Israel e a Ucrânia. Foi aprovado pela Câmara no sábado e pelo Senado na terça.
A legislação representa o risco mais sério para o TikTok desde que as autoridades dos EUA começaram a levantar preocupações sobre o aplicativo em 2020.
De acordo com o que hoje é a lei dos EUA, o TikTok é forçado a encontrar um novo proprietário dentro de meses ou será totalmente banido do país, seu maior mercado, com 170 milhões de usuários.
Na quarta-feira, o CEO da TikTok, Shou Chew, disse que a empresa lutaria nos tribunais para permanecer online nos EUA.
“Fique tranquilo, não vamos a lugar nenhum”, disse ele em um vídeo postado no aplicativo.
O governo chinês já disse anteriormente que se opõe veementemente à venda forçada do TikTok e tem capacidade legal para fazê-lo. Ela considera a tecnologia do TikTok altamente valiosa e tomou medidas desde 2020 para garantir que possa vetar qualquer venda da ByteDance.
Acredita-se que os algoritmos do TikTok, que mantêm os usuários colados ao aplicativo, sejam a chave para seu sucesso. Os algoritmos fornecem recomendações com base no comportamento dos usuários, promovendo assim os vídeos que desejam assistir.
Os legisladores dos EUA há muito se preocupam com a influência de Pequim sobre o aplicativo.
Em particular, eles temem que o TikTok possa compartilhar dados com o governo chinês ou manipular o conteúdo exibido em sua plataforma. Até agora, há poucas evidências para apoiar essas preocupações.
Mas, sendo uma empresa sediada na China, a ByteDance está sujeita a uma infinidade de leis nacionais de inteligência, segurança de dados e segurança cibernética.
Em 2018, a China alterou a sua Lei de Inteligência Nacional, que exige que qualquer organização ou cidadão apoie, ajude e coopere com o trabalho de inteligência nacional. Isso significa que a ByteDance é legalmente obrigada a ajudar na coleta de informações.
Como resultado, vários países proibiram as autoridades de baixar o TikTok em seus telefones, mas a lei dos EUA é uma das medidas mais abrangentes tomadas até agora. A Índia baniu totalmente o TikTok em 2020.