O governador Jerônimo Rodrigues (PT) voltou a defender o retorno da torcida mista nos clássicos Ba-Vis em Salvador. O chefe do Executivo, que participou do evento de lançamento das transmissões da competição pela TVE, comparou as partidas com a realização do Carnaval.
Jerônimo exaltou a festa proporcionada pelas torcidas de Bahia e Vitória quando estão juntas no estádio e cobrou o retorno delas em jogos neste ano.
“Aquelas coisas de acender o celular, de levantar, de rodar a camisa, tudo aquilo é uma demonstração que nós temos na torcida, diferente de quem quer praticar a violência, não é nem no dia do jogo, eles marcam, fazem fora, não estou tratando desses, desses, quem tem que cuidar é o coronel Coutinho. Não somos nós. Se for caso de violência, faz isso muito bem, e depois sai da mão da polícia e entra na mão da Justiça, eles que se resolvam”, disse.
O governador propôs que a mudança ocorra já no Campeonato Baiano, que tem início neste final de semana. No entanto, em decisão recente, o Ministério Público da Bahia recomendou a manutenção de torcida única nos clássicos.
“Eu quero compreender depois como é que nós possamos agora fazer um exercício já com o campeonato baiano de torcidas mistas, nós precisamos, porque todas as vezes que alguém encontra na fora, a pergunta é essa do governador, governador Jerônimo, por que é que é torcida única na Bahia? E a gente vê um Carnaval, compara um Carnaval com um jogo. Comparem o que vimos ontem na caminhada do Bonfim. Perguntem ao coronel qual foi a quantidade, se teve assalto de celulares, se teve assalto de relógio, de pulseira, que a gente enfrenta isso, a gente enfrenta isso, e nós teremos que enfrentar também isso quando os jogos forem de torcida mista”, disse, fazendo uma sugestão para os dias de clássico.
“Nós precisamos demonstrar da mesma forma…eu pedi que entrem as torcidas abraçadas como vimos no final do ano passado, que a televisão nossa não vai ficar mostrando, incentivando violência do campo, afinal de contas é uma TV Educativa, eu tenho certeza que os radialistas que estão aqui, que amam o futebol e fazem as suas transmissões pelos rádios, para as redes sociais, não concordam e que incentivam a paz no campo. Então além da imagem que nós apresentamos para o mundo inteiro, não é só para o Brasil. Nós também damos a garantia da segurança pública. Pode-se saber que em todos os jogos a Polícia Militar está lá presente, a Polícia Civil está lá presente, o Corpo de Bombeiros está lá presente, então nós arcamos com a responsabilidade de estar”, pontuou.
Jerônimo também saiu em defesa da Federação Baiana de Futebol (FBF) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que tem o baiano Ednaldo Rodrigues como presidente.
“Eu não peço só pelo futebol baiano, peço pelo futebol brasileiro e foi por isso que nós corajosamente a gente botou a cara, o rosto na defesa, posso dizer assim, primeiro da CBF, CBF como instituição não pode ser desrespeitada. Ver um baiano se colocando na condição de defender o esporte brasileiro, mas com o coração baiano. E nós não vamos pedir nada, nada ao senhor que seja algo em prol ou em detrimento de outros estados. E eu sei que o senhor não vai ouvir da nossa boca, dos nossos clubes e nenhuma coisa mais. É do nosso direito. E se o senhor [Ednaldo] entende isso como sendo uma forma de gratidão, o senhor pode exigir. Nós vamos continuar com essa gratidão ao seu lado, porque o senhor nos orgulha, um presidente nordestino e baiano dirigindo o futuro da nossa confederação”, pontuou.