A montadora chinesa BYD, que está estruturando uma fábrica na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS), está no centro de denúncias relacionadas à exploração de mão de obra, mantendo trabalhadores em situação análoga à escravidão.
Sobre este tema, o deputado estadual Samuel Júnior (Republicanos) aproveitou para cobrar do grupo político que se auto-intitula ‘defensor da classe trabalhadora’, mas que, neste caso, se calou. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar evidenciou que há um movimento para proteger a empresa das investigações.
“O governador do Estado e o agora prefeito de Camaçari [Luiz Caetano], que dizem estar sempre a favor dos mais necessitados, não se pronunciaram até agora. Nenhuma declaração, crítica, nada. Só por que a BYD vem de um país ‘amiguinho’ ideológico?”, disse.
Para contextualizar, Samuel Júnior relatou uma história em que um comunista convenceu um vizinho ao lhe dar um de seus dois burros, como forma de perpetuar a igualdade que acreditava, porém, ao ser questionado sobre doar uma de suas vacas ao morador, respondeu ironicamente que ‘comunismo só vale para asnos’.
“Estão passando panos quentes para BYD ou só estão prevalecendo a lógica de que o sistema comunista é só para burros? Já que o comando da esquerda, seja no Brasil ou lá na China, passam batido por essa ideia de direitos e deveres iguais”, questionou.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) apontou que os 163 funcionários resgatados em um canteiro de obras foram vítimas de tráfico humano e, por isso, o Ministério das Relações Exteriores suspendeu a emissão de vistos de trabalho temporários para a montadora.