O cantor MC Poze do Rodo, preso na última quinta-feira (29) por apologia ao crime e envolvimento com a maior facção criminosa do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho, passou por audiência de custódia e terá a prisão temporária mantida por 30 dias.
A decisão foi anunciada pelo juízo da Central de Audiência de Custódia.
De acordo com as investigações, Poze realizava shows exclusivamente em áreas dominadas pela facção com a presença de traficantes armados com fuzis, garantindo a segurança do artista e do evento.
“Esses eventos são estrategicamente utilizados pela facção para aumentar os lucros com a venda de entorpecentes, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes”, aponta a investigação.
Os agentes ainda identificaram que “o repertório das músicas entoadas por ele faz clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incita confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes”.
As investigações prosseguem, coordenadas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos dos eventos criminosos.
Em entrevista ao portal Leo Dias, Fernando Henrique Cardoso, advogado que representa Poze, comparou o artista e suas músicas aos diretores de cinema, comparação semelhante a que foi feita por MC Cabelinho ao defender o funkeiro.
“Eu acho que, afirmar essa pergunta, se fosse afirmativa, ela seria tão real quanto falar que o diretor de ‘A Lista de Schindler’ seria uma pessoa nazista ou que o diretor de ‘Bastardos Inglórios’ seria uma pessoa que apoia organizações criminosas que fazem torturas”, afirmou.