Após mais de 10 meses de negociação, chegou ao fim a negociação entre os governos da Bahia e do Mato Grosso, no âmbito do Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com informações oficiais da administração mato-grossense, a gestão estadual baiana fechou a compra, por R$ 793,7 milhões, de 40 trens para a implantação no novo VLT de Salvador, que está em obras na região do Subúrbio Ferroviário.
O valor será pago em quatro parcelas anuais, agendadas para os dias 31 de dezembro de 2024, 2025, 2026 e 2027. A previsão contratual é que os valores a serem pagos passarão por correção inflacionária, com base no IPCA-E.
Procurado pelo Portal A TARDE, o governo da Bahia informou que o processo de negociação para a compra dos vagões do VLT do Mato Grosso está avançado e próximo do acerto final, e que a proposta, já concordada entre as partes, será submetida ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Ministério Público de Contas da Bahia.
Os 40 trens são divididos em 280 vagões e, antes de chegarem a Salvador para a utilização no novo VLT da cidade, eles serão encaminhados para Hortolândia-SP, onde passarão por adequações, a pedido do governo baiano.
O equipamento foi comprado pelo governo do Mato Grosso em 2012, por R$ 497 milhões, para utilização no VLT Cuiabá-Várzea Grande — projeto que nunca saiu do papel. Esse valor, corrigido pelo IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – Especial), equivale a aproximadamente R$ 973,2 milhões atualmente.
De acordo com estudos solicitados pelo governo da Bahia, os trens possuem uma vida útil de aproximadamente 30 anos e sofreram, no período em que estiveram parados em Várzea Grande-MT, uma depreciação de 30%. Calculando isso sobre o valor corrigido, o material rodante valeria R$ 681,3 milhões nos dias atuais.
Na avaliação do governo baiano, a compra por R$ 793 milhões representa uma economia de aproximadamente R$ 500 milhões, já que a compra de trens novos para o VLT junto à empresa espanhola CAF — a mesma que fabricou os vagões mato-grossenses — custaria pelo menos R$ 1,25 bilhão.
Com a conclusão da negociação, o governo de Jerônimo Rodrigues (PT) encontra a última peça do quebra-cabeça do VLT de Salvador, que começou suas obras na última sexta-feira, 14, a um custo de R$ 3,6 bilhões. Três empresas foram selecionadas, via processo licitatório, para realizar a implantação do novo modal de transporte.
O primeiro trecho do VLT sairá da Estação Calçada, na Cidade Baixa, em direção à Ilha de São João, em Simões Filho. Um segundo traçado partirá do bairro de Paripe, no Subúrbio Ferroviário, até a Estação Águas Claras do metrô; de lá, partirá para o trecho final, que se encerra na orla de Piatã. Nesse percurso, serão 34 paradas, a maioria delas sem catracas de cobrança, com pagamento voluntário.