Pedro Cardoso foi parar nos trending topics das redes sociais depois de comparar Beyoncé e Tracy Chapman, com parecer favorável à segunda. Em postagem no Instagram, nesta terça (2), o ator escreveu: “Bom ano. A mim, mais me toca a arte de Trace [sic] Chapman do que a de Beyoncé. Seria gosto… Mas a minha questão aqui é a razão de a Beyoncé ser mais consumida do que Trace”.
E continuou: “A mesma pergunta eu posso fazer para outros pares de artistas cujas as artes eu admiro mais do que a de outros, igualmente bons artistas, e mais consumidos do que os que prefiro. E desconfio que o maior sucesso comercial das ‘Beyoncé’ frente as ‘Chapman’ se deve àquelas venderem, além de sua arte, também a sua vida pessoal”.
Em sua análise, Pedro enfatiza que Beyoncé faz tanto sucesso porque “há mais consumo de biografia espetacularizada de artistas do que de arte”. E diz: “Os jornais noticiam como fatos da cultura os namoros, os negócios, os treinos, os crimes etc e, principalmente, a vida sexual dos ditos ‘famosos’! Quase nada dizem sobre a arte deles! Mesmo porque, mais das vezes, pouca arte é produzida pelos artistas inventados pela indústria de biografias espetaculares; o que produzem é mesmo mais os escândalos de suas intimidades inventadas”.
Mais: “Não gosto nem desgosto especialmente de Beyoncé, mas da vida pessoal de Tracy eu nada sei; da de Beyoncé, sem que eu procure, chegam-me mil fofocas. Para fazer o sucesso comercial tal qual o de Beyoncé é preciso um empenho de promoção tão milionário quanto os milhões que se quer ganhar. A arte não se presta ao comércio tanto quanto bem mais se presta a vida sexual dos artistas. Sexo vende-se mais facilmente que poesia. Mas a demanda por fofoca sexual, há”.
E concluiu: “A indústria que vende biografias íntimas de artistas é tão rica hoje que ela mesma produz os artistas sem arte que explora. E os artistas autênticos, e suas artes, circulam menos pelo planeta. Sem vender a vida, ‘Beyonces’ não venderiam tanto”.
Um seguidor, incomodado, rebateu os argumentos: “Pedro, dá tempo de apagar. Porque você tá falando de uma das artistas mais reservadas do mundo (Beyoncé), com menos polêmica. E, assim, achei de péssimo tom um cara branco colocar duas mulheres pretas nessa posição comparativa”.
E o ator foi para tréplica: “‘Um cara branco’? Quem é ‘um cara branco’ aqui? Eu? Não sou branco, nem cara. O que é ser branco? A cor da pele ou a ideologia? Para mim, sobre o que eu falo, o fenótipo é irrelevante”.
Pedro Cardoso prosseguiu dizendo que a comparação poderia ser entre Marisa Monte, Luisa Sonza, Rita Lee ou Madonna (cantoras brancas). “A obsessão com a questão tão relevante dos ecos da escravidão no presente é sua; e ela te interdita o pensamento de aspectos da realidade onde ela não é dominante”, escreveu.