Em meio a polêmica em torno da disputa judicial pela herança de Gal Costa, que morreu em novembro de 2022, a viúva da artista, Wilma Petrillo é acusada por produtores culturais e ex-funcionários de tentar barrar a cessão de direitos da obra da cantora, que estão entre os bens deixados por ela.
Os ex-funcionários informaram que os pedidos para cessão dos direitos de Gal eram quase sempre ignorados pela empresária, o que dificultava o uso da obra em produções culturais, a exemplo da exposição “Utopia Brasileira: Darcy Ribeiro 100 anos”, que foi finalizada recentemente em São Paulo. A organizadora da mostra, Isa Grinspum Ferraz, disse ao jornal Folha de S. Paulo que tentou usar uma foto de Gal em uma colagem, mas nunca obteve um retorno sobre a liberação.
“Tentamos de tudo, mas os nossos contatos nunca foram respondidos, então não pude incluir essa foto”, revelou. O contato foi realizado através de email em 3 de novembro de 2022, uma semana antes da morte da cantora.
No entanto, apenas o julgamento do inventário vai decidir a partilha de bens e quem administrará a obra. Em janeiro deste ano, Petrillo entrou com um processo pedindo o reconhecimento de uma união estável de Gal, com quem conviveu por 24 anos. A ação corre em segredo de Justiça, conforme a revista Piauí.
Ainda segundo a publicação, a viúva também solicitou a posição de inventariante do espólio e pediu a guarda de Gabriel Costa Penna Burgos, de 18 anos, filho adotado por Gal em 2007. Caso a união estável seja reconhecida, Petrillo terá 50% dos bens de Gal e vai administrar a obra junto com Gabriel.
Em relação ao pedido de reconhecimento, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo alegou falta de documentação para a confirmação e a Justiça solicitou que o filho fizesse uma declaração sobre o relacionamento das duas. O órgão entrou no caso por conta de uma possível incompatibilidade de interesse entre o filho da cantora e a viúva, de acordo com a Folha de S. Paulo.