O filho do idoso de 61 anos que ficou internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Barris, em Salvador, e foi abandonado na unidade de saúde, se recusou a buscar o pai na casa de acolhimento para onde ele foi levado, no bairro de Paripe, também na capital baiana. As informações são do delegado Ricardo Amorim.
O idoso se sentiu mal e foi socorrido com a ajuda de vizinhos. Ele foi hospitalizado na terça-feira (3) e após seis dias foi retirado do local, por apresentar melhoras no quadro de saúde. Como nenhum familiar procurou a unidade de saúde, a equipe do serviço social acionou a Polícia Civil na segunda-feira (9).
O coordenador do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV), delegado Ricardo Amorim, informou que entrou em contato com o filho do idoso para que ele fosse buscar o pai, mas o homem disse que “não tinha interesse em ir na casa de acolhimento”. Não foi detalhado o motivo da decisão do filho do idoso.
O delegado disse ainda que está tendo dificuldades para entrar em contato com outros familiares. O idoso tem outro filho, uma irmã e uma cunhada. O abandono de idoso é crime previsto no Estatuto do Idoso e a pena prevista é de seis meses a três anos.
O idoso, identificado inicialmente apenas como Isidório, disse que passou a morar em uma casa abandonada no bairro do Uruguai e vigiava a residência. Ele contou que o imóvel não tinha estrutura para morar alguém ali e inclusive não possuía saneamento básico.
À polícia, ele falou que é divorciado há mais de 20 anos e morava sozinho desde então. Contou ainda que recebia o Bolsa Família, mas mudou de endereço e por causa disso o benefício foi bloqueado. Disse também que foi ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) para atualizar o endereço e aguarda liberação. Nesse período, ele vivia com a ajuda de vizinhos.
