O vice-premiê e ministro dos Assuntos Exteriores e Comércio Internacional da Itália, Antonio Tajani, defendeu, em entrevista à CNN, o reforço dos laços que unem os dois países.
“Estou aqui porque decidimos lançar uma série de iniciativas para reforçar as ligações com todos os países da América do Sul. O Brasil é um grande país e nós queremos continuar a reforçar a presença das indústrias italianas aqui”, afirmou.
“Queremos aumentar a exportação, e também estamos prontos a receber investidores brasileiros que possam estar interessados em uma presença no nosso país.”
O vice-premiê afirmou também que Itália é amiga do Brasil e que o governo da direitista Giorgia Meloni não olha o espectro político de um país para avaliar se vai se relacionar ou não com ele.
“Somos amigos do Brasil. A gente não olha se o governo é de centro-direita ou centro-esquerda. Os brasileiros escolhem o governo que quiserem. Nós queremos trabalhar juntos. Nós temos ótimas relações também com países que têm governos que não são iguais ao nosso”, exemplificou o italiano em visita nesta semana ao Brasil.
“Não acredito que o fato de pertencer a lados políticos diferentes possa dar alguma coisa. Temos que colaborar porque somos amigos do Brasil, seja o presidente de esquerda ou de direita”, afirmou, após ser questionado se o fato de Meloni e Lula extraem em campos políticos opostos seroa um empecilho para os dois países.
Tajani também afirmou ser favorável a diversas posições brasileiras no campo internacional.
Uma delas, o fechamento do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. “Nós somos favoráveis a concluir o acordo. Como vocês sabem, são acordos muito complicados. Mas acredito que precisamos ir à frente. A Itália quer concluir o acordo com o Mercosul.”
Outra posição favorável é sobre a mudança na governança da ONU. “Nós somos favoráveis a uma reforma das Nações Unidas porque lida com o Conselho de Segurança, claro, e porque hoje a situação no mundo mudou muito”, disse.
“Então precisamos fazer de maneira que as Nações Unidas, para serem mais eficazes, porque nem sempre são, sejam mais adaptadas aos tempos de hoje, tenha uma estrutura que corresponda ao mundo em 2024.”
Disse ainda que a situação da Venezuela é uma preocupação para a Itália.
“Estamos muito preocupados com a Venezuela, porque como o Brasil, como todos os outros países da América Latina, tem uma grande presença de italianos e pessoas de origem italiana. A Venezuela é a terceira maior comunidade italiana no mundo, depois do Brasil e da Argentina”, contou o vice-premiê italiano.
“Não podemos não seguir com preocupação com o que acontece lá, porque aquilo não se trata de ter governo de esquerda ou direita. Quando falta a democracia, quando há pessoas presas pelo porque são da oposição, vão para a prisão. Isso não é justo, não é democracia.”