O pré-candidato à Prefeitura de Salvador, deputado federal Pastor Isidório (Avante), pode ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de violência política de gênero contra a colega de Parlamento, Erika Hilton (PSOL-SP), em razão das falas consideradas transfóbicas durante votação do PL que proíbe o casamento homoafetivo no Brasil.
O Ministério Público Eleitoral encaminhou nesta segunda-feira, 25, um ofício à PGR pedindo a abertura da investigação contra o deputado baiano. Na última quinta-feira, 21, Hilton apresentou uma representação contra Isidório ao MPF, após o parlamentar se referir a colega, que é uma mulher trans, com o pronome masculino, durante a mesma sessão.
No pedido, a socialista pede uma indenização de R$ 3 milhões por danos morais coletivos, além de solicitar que o deputado responda pelo crime de transfobia.
Conforme o ofício, o foro para apurar eventuais crimes cometidos por parlamentares do Legislativo Federal é o Supremo, por isso a investigação foi encaminhada para a PGR. O crime de violência política de gênero tem como pena um a quatro anos de reclusão e multa.
Na última terça-feira, 19, dia em que seria votado o PL, Isidório invalidou a existência das pessoas deste grupo afirmando que “homem nasce como homem, com ‘binga’, mulher nasce com sua cocota, sua ‘tcheca’”, a fim de defender o seu discurso a favor da proposta.