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Secis e FGV discutem projeto de agroecologia urbana no espaço Colabore 

por Redação

Com o objetivo de fortalecer a inserção da agricultura urbana e periurbana nos processos de planejamento da capital baiana, a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) promovem, nesta terça-feira (21), das 9h às 13h, no Espaço Colabore no Parque da Cidade, um debate sobre benefícios e resultados do projeto de Agroecologia Urbana para a cidade. O evento é restrito a participantes e convidados.  

O encontro, intitulado “Aprendizados e Recomendações do Projeto Agricultura Urbana para Salvador”, apresentará um estudo feito pela FGV em algumas capitais brasileiras sobre a agricultura e a agroecologia urbana. A iniciativa contará ainda com um espaço privilegiado de exposição do Programa de Agroecologia Urbana de Salvador para fomentar a busca por possíveis parceiros institucionais.  

A programação terá abertura com falas de representantes das entidades, seguido de apresentação do estudo da FGV e exposição dos resultados obtidos até o momento pelo Programa de Agroecologia, a exemplo da finalização da redação final do PL sobre a Política Municipal de Agroecologia Urbana de Salvador; inauguração do circuito de Feiras Agroecológicas no Parque da Cidade; assinatura do Acordo de Cooperação Técnica com o Senar; assinatura do Protocolo de Intenções com o Sebrae Ecos; seleção de produtores agroecológicos para integrar o Catálogo de Produtores Agroecológicos de Salvador e RMS; desenvolvimento, junto com seis hortas, de um Programa de Compostagem Urbana; e negociação com a Embrapa para auxiliar com a Plataforma Pedagógica da Escola Municipal de Agroecologia Urbana de Salvador.  

Hortas – O subsecretário da Secis, Ivan Euler, explica que o Programa de Agroecologia Urbana é uma escolha de trabalhar aspectos que não envolvem apenas a produção agrícola. “Para tocar este programa, fechamos parcerias com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e com o Sebrae Agro, para a gente poder fornecer qualificação técnica para esses agricultores urbanos. Então, a gente tem feito parcerias também com agricultores da Região Metropolitana, tudo ainda em um estágio muito inicial, pois não é uma produção agrícola intensa. Mas, já há diversas experiências positivas”.  

Atualmente, Salvador já conta com, aproximadamente, 130 hortas em escolas. “Muitas pessoas já querem saber como beneficiar o produto que sai dali. Aqueles que produzem hortaliças e verduras querem também ampliar essa produção, saindo da simples venda do hortelã ou coentro para a comercialização de temperos mais complexos, molhos etc. Hoje, com a elaboração de projetos em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, dentre outros parceiros, buscamos trazer maiores benefícios para a cidade e para o meio ambiente, pois Salvador apresenta indicadores de insegurança alimentar muito elevados. A promoção de iniciativas como estas pode ajudar a diminuir esse impacto, à medida em que se propicia à população uma forma de realizar o próprio cultivo do alimento, a escolha do alimento adequado, e por aí vai”, informa Euler.  

Agroecologia Urbana – A agricultura urbana diz respeito à produção realizada em pequenas áreas dentro de uma cidade, ou no seu entorno (periurbana), destinada à produção de cultivos para utilização e consumo das comunidades, ou para a venda em pequena escala, em mercados locais com pouca utilização de pesticidas, e com variedade de culturas. A professora de Administração Pública da FGV, Zilma Borges, ressalta que o evento é parte de um projeto em realização há um ano, que contempla um estudo sobre como inserir a agricultura urbana e periurbana no planejamento das cidades.  

“Essa iniciativa foi inicialmente apoiada pelo Pnuma (Programa Nacional de Meio Ambiente) da Organização das Nações Unidas (ONU), e realizada pelo Centro de Sustentabilidade da FGV, que agora vem também sendo apoiada, a partir deste ano, pelo governo federal. A intenção é de colaborar para que o projeto seja ampliado e disseminado para os municípios brasileiros como uma forma de incentivar o desenvolvimento de programas de agricultura urbana e periurbana, sempre com enfoque agroecológico. Este encontro é um importante meio para disseminação e discussão com várias pessoas envolvidas com essa temática, além da questão da segurança alimentar e questão climática em Salvador”, destaca Zilma. 

Vantagens – As vantagens de uma cidade praticar a Agroecologia Urbana residem na redução do desperdício de alimentos e do consumo de alimentos industrializados; na aproximação do ambiente urbano com a natureza; na preservação da natureza e melhora a qualidade do ar; no incentivo à adesão de sistemas de energia limpa ou reaproveitamento de água da chuva em seu cultivo; na revitalização de terrenos desocupados e proporciona beleza estética às cidades, evitando alagamentos; na redução dos níveis de insegurança alimentar da cidade, dentre outros benefícios.  

Segundo informações da parceria Secis/FGV, o grande impacto do programa de Agricultura Urbana em grandes cidades está no fato de ampliar o acesso das comunidades vulneráveis a uma alimentação mais justa e saudável, combatendo a insegurança alimentar e a supernutrição causada pelo consumo excessivo de alimentos processados e industrializados, possibilitando dessa forma a qualificação de mão-de-obra e obtenção de renda pelas comunidades assistidas. Além disso, explicam, o processo ajuda a frear a urbanização sem critérios, possibilitando a ampliação da infraestrutura verde da cidade. 

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